Utilização do cateter central de inserção periférica na unidade de terapia intensiva neonatal

Sección: Originales

Cómo citar este artículo

Lopes MLNC, Da Silva ACS, Marciel MPGS, Santos TS. Utilização do cateter central de inserção periférica na unidade de terapia intensiva neonatal. Rev. iberoam. Educ. investi. Enferm. 2018; 8(1):15-25.

Autores

1 Midian Léa Nemésio Cavalcante Lopes, 2 Ana Cecilia Silvestre da Silva, 2 Maria da Piedade G. de Souza Maciel, 3 Tatiane da Silva Santos

1 Enfermeira. Universidade Estadual de Ciências da Saúde–UNCISAL. Campus Governador Lamenha Filho. Brasil.
2 Professora mestre em ensino da saúde. Universidade Estadual de Ciências da Saúde–UNCISAL. Maceió, AL, Brasil.
3 Enfermeira. Residente no Programa de Residencia Multiprofissional em Saúde da Família Universidade Estadual de Ciências da Saúde–UNCISAL. Campus Governador Lamenha Filho. Brasil.

Contacto:

Email: midiannemesio@hotmail.com

Titulo:

Utilização do cateter central de inserção periférica na unidade de terapia intensiva neonatal

Resumen

Objetivos: identificar artículos que abordan el uso del catéter central de inserción periférica-PICC en la Unidad de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), identificando sus indicaciones y ventajas en los recién nacidos.
Método: se trata de una revisión integradora de la literatura. Los artículos se identificaron a través de las bases de datos preseleccionadas: Literatura Latinoamericana y del Caribe de información en Ciencias de la Salud (Lilacs), la Scientific Electronic Library Online (SciELO), y la base de datos Brasileña de Enfermería-BDENF, en portugués, en el periodo de 2011 a 2016. Las categorías identificadas fueron: los beneficios del PICC para el RN y la indicación clínica.
Resultados: se encontró que la nutrición parenteral y los antibióticos eran la indicación más citada, además los beneficios como la reducción del número de punciones y acceso venoso seguro.
Conclusión: el estudio mostró que el uso del PICC en la UTIN resulta en una mejor calidad de la atención prestada a los recién nacidos.

Palabras clave:

cateterización central de inserción periférica ; recién nacido ; terapia intensiva neonatal

Title:

Use of peripherally inserted central catheter at the neonatal intensive care unit

Abstract:

Objective: to identify those articles that address the use of the peripherally inserted central catheter (PICC) at the Neonatal Intensive Care Unit (NICU), identifying its indications and advantages in newborns.
Method: an inclusive literature review. Articles were identified through the pre-selected databases: Literatura Latinoamericana y del Caribe de información en Ciencias de la Salud (LILACS), the Scientific Electronic Library Online (SciELO), and the Brazilian Nursing Database (BDENF) in Portuguese, during the period from 2011 to 2016. The categories identified were: PICC benefits for NB and clinical indication.
Results: the findings were that parenteral nutrition and antibiotics were the indication most mentioned, alongside benefits such as the reduction in number of punctures and a safe venous access.
Conclusion: the study showed that the use of PICC in NICU offers a better quality of healthcare for newborns.

Keywords:

central catheterization with peripheral insertion; newborn; neonatal intensive therapy

Portugues

Título:

Utilización de catéter central de inserción periférica en la unidad de cuidados intensivos neonatales

Resumo:

Objetivos: identificar artigos que abordam sobre o uso do cateter central de inserção periférica-PICC na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), indentificando suas indicações e vantagens em recém nascidos.
Métodos: trata-se de uma revisão integrativa de literatura. Os artigos foram identificados por meio de banco de dados pré- selecionados: Literatura Latino Americano e do Caribe de informação em ciências da Saúde (Lilacs), a Scientific Electronic Library Online (SciELO), e a Base de Dados Brasileira de Enfermagem-BDENF, no idioma português, no período de 2011 a 2016. As categorias identificadas foram: benefícios do PICC para o RN e indicação clínica.
Resultados: foi verificado que, a nutrição parenteral e a antibioticoterapia foram as mais citadas para indicação, além disso, os benefícios como a diminuição do número de punções e acesso venoso seguro.
Conclusão: o estudo evidenciou que a utilização do PICC em UTIN resulta numa melhor qualidade de assistência prestada ao RN.

Palavras-chave:

cateterismo central de inserção periférica; recém-nascido; terapia intensiva neonatal

Introducción

Os acessos vasculares são dispositivos indispensáveis para o cuidado em terapia intensiva na neonatologia, justifica-se pelo internamento muitas vezes prolongado e a necessidade de terapia medicamentosa, monitorização hemodinâmica, nutrição parenteral, dentre outras indicações, seja pela sua prematuridade ou até mesmo a sua patologia (1). O neonato requer acessos vasculares de longa duração, os mais utilizados em neonatologia são: acesso venoso periférico (AVP), cateter central de inserção periférica (PICC) ou o cateter umbilical (2).

Segundo estudo (1), o cateter central de inserção periférica PICC, foi descrito pela primeira vez em 1929, mas somente em 1970, nos Estados Unidos da América, começou a ser utilizado em restrito às unidades de terapia intensiva neonatais (UTIN).

De acordo com estudo (3), ‘‘no Brasil, o uso do PICC inicia-se na década de 90, em áreas como neonatologia, pediatria, terapia intensiva e oncologia, porém foi regulamentada somente em 2001, pela Resolução do COREN- Conselho de Enfermagem”. Daí por diante seu uso está se tornando cada vez mais comum, principalmente em neonatos internados e crianças que necessitem de terapia venosa prolongada (4).

O PICC consiste num dispositivo vascular de poliuterano ou silicone biocompatível e hemocompatível, de inserção periférica com localização central podendo ser de lúmen duplo ou único, dentre as vantagens pode-se citar a terapia de média e longa duração, com menores taxas de complicações comparadas ao cateter venoso central bem como redução do estresse e aumento do conforto e bem estar do neonato. Seu tempo de permanência é de até seis meses (5).

Podemos afirmar que o fino calibre dos cateteres e a sua inserção a partir de vasos periféricos contribuem para que sejam menos invasivos oferecendo menores riscos aos neonatos no momento da introdução, se comparados aos dispositivos inseridos cirurgicamente e em vasos mais calibrosos (6).

O RN na UTI neonatal é submetido a procedimentos e intervenções que causam dor, neste período há o desenvolvimento do sistema neurológico podendo levar as consequências no nível de tolerância e percepção da dor na idade adulta (7).

Na UTIN a punção venosa de inserção periférica é indicada na ocasião em que o RN nasce com menos de 1,5 kg e previsão para nutrição parenteral superior ao quinto dia e no instante em que a rede venosa do recém-nascido apresenta dificuldade para o acesso (8).

O PICC ainda é indicado em terapias de longa duração (acima de seis dias) administração de nutrição parenteral, infusão de medicamentos vesicantes, irritantes ou vasoativos; soluções hiperosmolares ou com pH não fisiológico e administração de quimioterápicos. A indicação do PICC deve ser precoce, sendo a primeira escolha entre os dispositivos intravasculares (9).

De acordo com estudiosos (10), para um bom manuseio não é indicado administrar grandes volumes em bolus ou sob pressão e o cuidado com o curativo é primordial para verificar se há sinais de infecção ou se houve migração do mesmo.

Durante a utilização do PICC é necessário alguns cuidados como limitar o manuseio do cateter de inserção periférica; supervisionar os cateteres diariamente, investigando a identificação de anormalidades em relação à inserção; realizar ultra sonografia para visualizar a posição da ponta do cateter no tempo do processo tornando possível o seu ajustamento e ficar atento às drogas para não obstruir o cateter (8).

Os benefícios do PICC aos neonatos incluem diminuição de número de punções, prevenção de flebites ou queimaduras por extravasamento, redução de dor decorrente de punções frequentes, diminuição do número de flebotomia (8).

Outro fator relevante aos neonatos é que o PICC pode ser introduzido à beira do leito, por enfermeiros capacitados conforme a resolução 258/2001, do COFEN-Conselho Federal de Enfermagem (5).

O interesse pelo tema surgiu da vivência em UTIN, diante do uso do dispositivo em uma Maternidade Escola, a experiência despertou o interesse desse estudo, permitindo entender mais acerca do PICC, e assim, contribuir para a qualidade do cuidado de enfermagem no manuseio do cateter e, consequentemente, para a melhoria da qualidade da assistência prestada à criança.

Diante do exposto é importante responder a pergunta de pesquisa: Quais os estudos na literatura brasileira que abordam a utilização do cateter central de inserção periférica na UTIN?

Método

O estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura, pois possui uma abordagem ampla metodológica, que faz uso de estratégia sistematizada para reunir e sintetizar resultados de estudos sobre um tema específico, com a finalidade de aprofundar e fortalecer o conhecimento científico (11).

E possui as seguintes etapas: 1) Identificação da hipótese; 2) Seleção da amostragem; 3) Categorização dos estudos; 4) Avaliação dos estudos/artigos encontrados; 5) Discussão e interpretação dos resultados; 6) Apresentação da revisão integrativa e síntese dos conhecimentos.

O tema foi escolhido pela sua relevância para o desenvolvimento cientifico e prático da saúde, sendo este o uso de cateter central de inserção periférica no RN internado em na UTIN, bem como suas indicações clínicas e benefícios para estes. Para conduzir a revisão integrativa, estabeleceu-se a seguinte questão norteadora: Quais os estudos na literatura brasileira que abordam os benefícios do PICC na UTI neonatal?

Foi realizado o levantamento de artigos científicos publicados nas bases de dados: SciELO (Scientific Eletronic Library Online), BDENF (Base de dados de Enfermagem) e Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), pela necessidade da construção de conhecimento acerca da utilização do PICC na assistência em saúde do RN.

Foram adotados os seguintes critérios de inclusão para a seleção dos artigos: estudos realizados nos últimos cinco anos, de 2012 a 2016; artigos que contemplassem em seus títulos e/ou resumos aspectos relativos à indicação clínica e benefícios do PICC para o RN; artigos que tinham descritores citados anteriormente; artigos publicados na íntegra em português.

Os critérios de exclusão dos artigos foram: PICC que não fossem em RN e que não fossem em UTI neonatal. Todo artigo que não satisfizer exatamente aos critérios de inclusão, aqueles que não constem nas bases de dados que fazem parte desta pesquisa, e que não responderam à questão norteadora foram também excluídos.

Inicialmente, para a realização do levantamento bibliográfico foram consultados os bancos de dados Lilacs, SciELO e BDENF.

Foram utilizados os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DECS) para seleção dos artigos: ‘‘Cateterismo central de inserção periférica’’; ‘‘recém- nascido’’ e ‘‘terapia Intensiva Neonatal’’.

Foram encontrados 30 artigos, entretanto, foi observado que a maioria dos estudos não correspondia aos objetivos da pesquisa, onde dentre eles foram escolhidos 14 artigos que se encaixavam nos critérios de inclusão da pesquisa, e atenderam os objetivos pré-estabelecidos.
A população desse estudo constatou dos artigos publicados nos referidos bancos de dados, no período de cinco anos, e compreendeu os anos de 2012 a 2016. A amostra foi composta de 14 artigos indexados nas referidas bases de dados.

Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2016. Inicialmente, realizou-se a busca pelos descritores terapia intensiva neonatal e PICC, utilizando o operador booleano AND; seguindo com os descritores terapia intensiva neonatal e recém-nascidos, utilizando o operador booleano AND.

Esse período comportou o levantamento bibliográfico, a aquisição de cópias impressas dos artigos, seguido de sua leitura e interpretação dos artigos e o preenchimento do instrumento de coleta de dados.

Para organização e tabulação dos dados foi utilizado o processo de fichamento, onde realizou a leitura dos artigos de acordo com conteúdo, enfoque, ano de publicação e avaliados de acordo com as suas metodologias e resultados alcançados.

Posteriormente, os estudos foram distribuídos em categorias temáticas baseados na leitura dos artigos que apresentam os aspectos relacionados à indicação e benefícios da utilização do PICC no RN. As categorias Criadas foram as seguintes: 1) Indicação clínica do PICC para RN e 2) Benefícios do PICC para RN.

Seguindo os critérios de inclusão, foi realizada uma síntese com todos os dados encontrados, foram extraídos os conceitos abordados em cada artigo, e alocados nas categorias anteriormente citadas, que atendesse o objeto de estudo para discussão dos dados.
Por fim, foi realizado a apresentação da revisão integrativa e síntese do conhecimento em um artigo cientifica que será encaminhado para revista cientifica.

Resultados e discussão

A revisão integrativa da literatura foi realizada considerando os 14 artigos que obedeceram aos critérios de inclusão dessa pesquisa e que estejam vinculados ao objeto de estudo proposto.
Os artigos encontrados estão distribuídos na Tabela 1, de acordo com a frequência de artigos localizados por base de dados.

A tabela acima mostra os artigos selecionados para o estudo de acordo com as bases de dados utilizadas, onde a SciELO teve a maior percentagem de artigos encontrados com 71,1% (10), seguido de 14,3% (2) em BDENF e Lilacs cada.

É importante salientar que na busca desses artigos foi realizado o cruzamento com os descritores booleanos, como mostram as tabelas seguintes:

A Tabela 2 mostrará o cruzamento realizado entre os descritores nas bases de dados e o quantitativo de artigos encontrados de acordo com o objetivo da pesquisa.

Observa-se na Tabela 2 que na base de dados SciELO foram cruzados os descritores terapia intensiva neonatal e PICC, sendo encontrados 15 artigos que continham estes descritores, porém somente cinco atendiam ao objetivo da pesquisa. Do mesmo modo, foram cruzados os descritores terapia intensiva neonatal e RN, oito artigos foram analisados, no entanto cinco atendiam aos objetivos.

Já na base de dados da Lilacs, os descritores terapia intensiva neonatal e PICC, foram cruzados totalizando seis artigos, e selecionado somente uno para pesquisa. Os outros descritores foram cruzados, terapia intensiva neonatal e RN em que quatro artigos foram encontrados, porém somente uno também atendia aos meus objetivos.

Na base de dados BDENF, depois de cruzados os descritores terapia intensiva neonatal e PICC, quatro artigos foram encontrados, e somente dois foram selecionados por estarem associados aos objetivos da pesquisa. Os descritores terapia intensiva neonatal e RN foram cruzados totalizando dois artigos, no entanto nenhum atendia aos objetivos propostos da pesquisa.

Os temas abordados nos artigos trataram de assuntos relacionados ao PICC, como benefícios da inserção do PICC, e dificuldades encontradas na inserção e conhecimento técnico–científico da enfermagem para manutenção do PICC.

Dessa forma, após a análise dos artigos, se reuniu os temas abordados nas seguintes categorias temáticas: indicações clínicas do cateter central de inserção periférica PICC, e benefícios do PICC em RN internados na UTIN, a tabela a seguir mostrará a identificação e publicação dessas bases.

A Tabela 3 demonstra que dos 10 artigos encontrados na SciELO, houve um percentual de 28,6% (4) que deram ênfase a indicação e 42,9% (6) dos benefícios para o RN. Enquanto que na Lilacs foram encontradas duas publicações, ficaram igualmente distribuídos por indicação 7,1%(1) e por benefício 7,1%(1). Na BDENF, dos artigos analisados, 7,1% (1) fala da indicação e 7,1% (1) dos benefícios. Assim, percebe-se que a SCIELO tem um maior quantitativo de artigos para as duas categorias citadas anteriormente.

Os artigos foram distribuídos ainda quanto ao ano de publicação e indicação/benefício, conforme la Tabela 4.

De acordo com os anos publicação e indicação, houve um percentual superior no ano de 2014, com 50% (3) do total de artigos, seguido do ano de 2012, com 33,5% (2), e apenas uma publicação no ano de 2013, apresentando 16,7%(1). Os anos de 2015 e 2016, não houve publicações que abordassem a temática indicação do PICC. Acerca da temática benefícios do PICC, os anos de 2013 apresentou o maior numero de publicações com 37,5% (3), e 25% (2) nos anos de 2012 e 2015, cada. Sendo que no ano de 2016, houve 12,5% com uma publicação cada ano, e o ano de 2014, não houve publicações que referissem os benefícios do PICC.

Os principais temas abordados nos 14 artigos que compuseram a amostra dessa pesquisa foram categorizados de acordo com os objetivos e enfoque apresentados pelos autores deste estudo. As duas categorias para distribuição dos artigos foram: indicação clínica do PICC para o RN e benefícios para o RN, que serão discutidas mais adiante.

Indicação clínica do PICC para o RN na unidade de terapia Intensiva neonatal

A Tabela 5 apresenta os artigos da amostra do estudo de acordo com o título, autor e indicações do PICC com as principais citações dos respectivos autores, veja a seguir:

Na primeira categoria foram encontrados artigos que abordam às indicações clínicas para a inserção do cateter central de inserção periférica no RN. Observou-se que o PICC é indicado para terapias intravenosas de longa duração e administração de nutrição parenteral e antibioticoterapia.

Em consonância com os artigos acima, outro estudo (12), orienta a utilização do PICC em recém-nascidos que necessitam da terapêutica intravenosa, favorecendo a infusão de soluções de diferentes concentrações com um menor risco de iatrogenias . Assim, estudos, de igual modo salienta o PICC para todo RN que necessite de terapia intravenosa por um período superior a seis dias, sendo considerado o tempo de permanência em média de oito semanas (13).

Uma pesquisa (14), faz alusão a indicação ao neonato em condições clínicas críticas com apgar e parkin baixos; prematuro; extremo inferior de peso ao nascer. Ainda durante sua pesquisa, foram observados os limites inferiores de peso dos neonatos ao nascer e no dia da inserção, com valores mínimos de 440 e 450 gramas, respectivamente, e o peso máximo observado ao nascimento foi 3.640 g e de 3.560 g de peso no dia da inserção do cateter.

De acordo com autores (15), a implantação do PICC é indicada para RNs prematuros, principalmente aqueles que pesam menos de 1.500 g. Corroborando com os autores sobre o baixo peso e sua indicação para o PICC (16), fala que a reserva metabólica do RN é baixa e o mesmo exige aporte exógeno para o desempenho de seus processos fisiológicos, isso através da infusão de hidratação com eletrólitos, carboidratos, proteínas e lipídeos.

Demonstra em sua pesquisa as mesmas indicações clínicas dos estudos acima para a inserção do PICC e ainda ressalta a administração das soluções de drogas e extremos de pH ser irritante aqueles cujo pH é superior a 7,45 e no blister cujo pH é inferior a 7,35 , tornando-se mais diluídos a nível de veia cava superior e inferior. O fino calibre dos cateteres e a inserção por vasos periféricos contribuem para que sejam menos invasivos e, consequentemente, ofereçam menor risco aos pacientes no momento da introdução, se comparados aos dispositivos inseridos cirurgicamente e em vasos calibrosos (13,17).

Sendo assim, a inserção do cateter central de inserção periférica é indicada em recém-nascidos de extremos baixos pesos e prematuros, uma vez que estes ficarão dias em tratamento na UTIN, e necessitarão de aporte de soluções como terapia intravenosa, seja de antibioticoterpia, administração de hemoderivados.

Benefícios do PICC para o RN na unidade de terapia Intensiva neonatal

A Tabela 6 apresenta os artigos da amostra do estudo de acordo com o título, autor e benefícios do PICC com as principais citações dos respectivos autores, veja a seguir:
As evidências apontadas nesta categoria fazem inúmeras referências aos benefícios do PICC para o RN.


Segundo alguns pesquisadores (18), assegurar a obtenção e manutenção da via intravenosa em neonatos, bem como prevenir infecções e demais complicações são desafios constantes para a equipe de enfermagem, visto a imaturidade fisiológica e a fragilidade capilar dessa clientela.
Além dos benefícios para o RN, um estudo (9), aborda as vantagens, para a instituição, o tempo de trabalho gasto com punções é menor, há menos estresse em busca de acesso venoso adequado e pouco atraso nas medicações, sua implantação não é cirúrgica e maior relação custo-risco-beneficio.

De acordos com os artigos selecionados (9,19), alguns fazem alusão ao PICC como tecnologia indispensável proporcionando vantagens ao paciente. Em consonância com outros autores (12), que defende que os avanços tecnológicos ocorridos nos últimos anos na UTIN têm trazido muitos benefícios para os recém-nascidos proporcionando um aumento significativo na sobrevida dos recém-nascidos.

Dessa forma, o PICC figura como uma opção de acesso vascular importante ao cuidado de recém-nascidos prematuros, visto que possibilita a diminuição das punções venosas periféricas para infusão de múltiplas soluções intravenosas concomitantes e o estresse decorrente da manipulação excessiva e algumas complicações associadas ao uso do cateter venoso central inserido cirurgicamente (20).

Para que os benefícios do PICC sejam efetivos, alguns autores (21,22), trazem em seus estudos que o enfermeiro deve estar capacitado, habilidade e ter competência para execução do procedimento, reduzindo o número de tentativas de punções venosas periféricas, e o estresse vivenciado pelo RN.

Conclusão

O estudo foi possível observar que existe uma importante produção científica sobre o PICC, embora fosse observado que havia poucas publicações no Brasil, no qual foi possível encaixa-las em duas categorias: indicações clínicas e benefícios do PICC para o RN em unidade intensiva neonatal.

A utilização do PICC em UTI neonatal, se comparado a outros dispositivos de acesso central, fornece uma melhor qualidade de assistência terapêutica medicamentosa, sendo possível a administração de nutrição parenteral, antibióticos e soluções irritantes e vesicantes até o término da terapia.

Outro ponto importante são os benefícios que o PICC traz para o melhor tratamento do RN, como diminuição do estresse causado por punções periféricas sucessivas, possibilidade de inserção a beira do leito, segurança ao RN, sua inserção relativamente simples e associada a um baixo risco de complicações relacionado ao processo.

Portanto, espera-se que esta pesquisa possa disseminar o conhecimento científico para os profissionais de saúde envolvidos diretamente na inserção, manipulação e retirada do dispositivo, oferecendo subsídio e incentivo à prática da inserção do PICC na UTIN, contribuindo desta forma para uma assistência humanizada ao RN.

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