FATORES ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA DE SARAMPO EM MUNICÍPIO DO INTERIOR PAULISTA NO ANO DE 2019

Sección: Originales

Cómo citar este artículo

Gerin L, Abrahão-Curvo P, Plácido Santos E, de Oliveira MF, Pasti Balbão VDM, Segura-Muñoz SI. Fatores associados à ocorrência de sarampo em município do interior paulista no ano de 2019. Rev. iberoam. Educ. investi. Enferm. 2022; 12(4):32-44. Doi: https://doi.org/10.56104/ Aladafe.0000.12.1021000393

Autores

1 Larissa Gerin, 2 Patrícia Abrahão-Curvo, 3 Evelin Plácido Santos, 4 Mayra Fernanda de Oliveira, 5 Viviane da Mata Pasti Balbão, 6 Susana Inés Segura-Muñoz

1 Enfermeira da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3492-73922 Enfermeira Especialista de Laboratório do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Mestre em Ciências. https://orcid.org/0000-0002-1416-56883 Enfermeira, Coordenadora da Área Técnica de Imunização do Projeto Xingu e Diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mestre em Ciências da Saúde. https://orcid.org/0000-0002-6152-00724 Enfermeira, Coordenadora do Programa Municipal de Imunização da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto, Doutora em Enfermagem em Saúde Pública. https://orcid.org/0000-0001-6068-44815 Médica da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto e Médica Pediatra da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente. https://orcid.org/0000-0001-6765-75316 Bióloga, Professora Doutora do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, Doutora em Enfermagem em Saúde Pública. https://orcid.org/0000-0002-6720-8231

Portugues

Título:

FATORES ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA DE SARAMPO EM MUNICÍPIO DO INTERIOR PAULISTA NO ANO DE 2019

Resumo:

de vigilância em saúde de um município do interior paulista em 2019 e verificar a associação da ocorrência da doença com as características individuais e a situação vacinal.

Metodologia: para tanto, foi realizado um estudo epidemiológico descritivo a partir de dados secundários.

Resultados: a confirmação do sarampo foi associada ao esquema de vacinação adequado (p= 0,002). Não foi identificada relação entre a confirmação do sarampo com as variáveis faixa etária, unidade de saúde de referência, atividade desenvolvida, deslocamentos, sinais/sintomas ou ter recebido uma dose de vacina nos 30 dias que antecederam os sintomas. Dos 86 casos notificados com a suspeita da doença, 29 (33,7%) foram confirmados, entre os casos adequadamente vacinados, 21,8% foram confirmados com a do- ença, enquanto 54,8% dos não adequadamente vacinados receberam a confirmação.

Conclusões: o controle do sarampo depende diretamente da manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais em todo o mundo, a vacina disponível para o controle da doença é eficaz e segura, com baixos riscos de eventos adversos. Além disso, é ne- cessário vigilância epidemiológica ativa e constante, aliada à atenção primária à saúde, que investigue oportunamente os casos e institua as medidas de controle prontamente.

Palavras-chave:

sarampo; vacina contra sarampo; imunização; cobertura vacinal

Titulo:

Factores asociados a la presencia de sarampión en un municipio del interior paulista en el año 2019

Resumen

Objetivo: dado el riesgo actual de resurgimiento de nuevos casos y brotes del sarampión, este estudio tuvo como objetivo describir los casos notificados con sospecha de sarampión residentes en el Distrito de Vigilancia de Salud Este de un municipio del interior de São Paulo en 2019, y verificar la asociación de la aparición de la enfermedad con las características individuales y el estado de vacu- nación.

Metodología: para ello se realizó un estudio epidemiológico descriptivo utilizando datos secundarios.

Resultados: la confirmación del sarampión se asoció con un esquema de vacunación adecuado (p= 0,002). No se identificó relación entre la confirmación de sarampión y las variables grupo etario, unidad de salud de referencia, actividad realizada, desplazamientos, signos/síntomas o haber recibido una dosis de vacuna en los 30 días previos a los síntomas. De los 86 casos notificados con sospecha de enfermedad, 29 (33,7%) fueron confirmados, entre los casos debidamente vacunados, el 21,8% fue confirmado con la enferme- dad, mientras que el 54,8% de los no debidamente vacunados recibió confirmación.

Conclusiones: el control del sarampión depende directamente del mantenimiento de coberturas vacunales altas y homogéneas en todo el mundo; la vacuna disponible para el control de la enfermedad es efectiva y segura, con bajo riesgo de eventos adversos. Además, es necesaria una vigilancia epidemiológica activa y constante, combinada con la Atención Primaria de salud, que investigue los casos de manera oportuna e instituya medidas de control con prontitud.

Palabras clave:

Sarampión ; vacuna antisarampión ; inmunización ; cobertura vacunal

Title:

Factors associated with the presence of measles in an inner district of Sao Paulo in 2019

Abstract:

Objective: given the current risk of recurrence of new measles cases and outbreaks, the objective of this study was to describe those suspected measles cases reported in the Eastern Health Surveillance District of an inner district in São Paulo in 2019, and to confirm the association between the onset of the disease with individual characteristics and vaccination status.

Methodology: for this aim, a descriptive epidemiological study was conducted, using secondary data.

Results: the confirmation of measles was associated with an adequate vaccination regimen (p= 0.002). No association was detected between the confirmation of measles and the following variables: age group, health unit of reference, activity conducted, travels, signs/symptoms, or having received a vaccination dose within the 30 days previous to symptoms. Of the 86 cases reported with sus- pected disease, 29 (33.7%) were confirmed; 21.8% of the adequately vaccinated cases were confirmed with the disease, while 54.8% of those not adequately vaccinated received confirmation.

Conclusions: measles control depends directly on maintaining high and uniform immunization coverage throughout the world; the vaccine available for disease control is effective and safe, with low risk of adverse events. Besides, an active and constant epidemio- logical surveillance is necessary, combined with an adequate research of cases by Primary Care, in order to implement early control measures.

Keywords:

measles; vaccine against measles; immunization; vaccination coverage

Introdução

O sarampo é uma doença exantemática viral infecciosa, altamente contagiosa, que estava sob controle no Brasil e no mundo em função das ações de imunização que por muito tempo garantiram no país altas coberturas vacinais. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, sendo que o indivíduo doente pode transmitir para 12 a 18 pessoas. Estima-se que em uma população não vacinada, mais de 90% das pessoas expostas vão desenvolver a doença (1-6).

Considera-se suspeito de sarampo o indivíduo que apresente febre e posteriormente exantema maculopapular, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite. O sarampo pode evoluir com complicações ocasionando hospitalização e 0,1% a 5% dos casos podem evoluir para óbito, sendo que os casos mais graves estão relacionados à condição socioeconômica/nutricional do indivíduo afetado (1,3-6).

No Brasil, essa é uma doença de notificação compulsória desde 1968, com o aumento da cobertura vacinal e a melhoria nos cuidados médicos houve uma queda no número de mortes. Em 2016 o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da circulação do vírus selvagem, situação que se manteve apenas até julho de 2017 (1,6-9).

A partir do movimento migratório na Venezuela novos casos de sarampo foram identificados no Brasil na região norte e se disseminou para áreas mais populosas do país, com um grande impacto em São Paulo (3,10).

A partir da suspeita da doença, o profissional de saúde deve realizar a notificação imediata à vigilância epidemiológica que investiga o caso e inicia imediatamente as ações de controle (1,3,5).

Uma das mais efetivas formas de prevenção é a vacinação, que além de prevenir a ocorrência de novos casos, também confere imunidade de rebanho aos não vacinados (6). No estado de São Paulo, a vacina contra sarampo está no calendário de vacinação infantil, recomenda-se que indivíduos até 29 anos tenham duas doses da vacina tríplice viral (SCR) e indivíduos com mais de 30 anos nascidos a partir de 1960 tenham pelo menos uma dose da vacina (4,5,11).

O controle do sarampo voltou a ser um desafio no Brasil para todos os serviços de saúde, em 2019 ocorreu um aumento do número de casos de sarampo no mundo todo, ocupando o Brasil a primeira posição no ranking mundial de casos nos primeiros seis meses de 2019
(12). Com franca circulação do vírus no país, 98,23% dos casos confirmados (15.914) foram procedentes do estado de São Paulo (13).

Com as ações de controle estabelecidas o número de casos diminuiu drasticamente, no município estudado em 2019, foram notificados 252 casos com suspeita de sarampo, 79 confirmados, em 2020 houve uma redução no número de casos, até zerar em 2021 (14,15).
A ocorrência de surtos de sarampo no país é consequência direta da redução do número de vacinados, a cobertura vacinal em crianças de até 12 meses de idade com uma dose de vacina vem caindo ao longo dos anos (16). A taxa de cobertura vacinal no Brasil para a primeira dose da vacina tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola, que em 2015 atingia o índice de 96%, em 2021 baixou para 71,63% (17).

O presente estudo parte do pressuposto de que ações de saúde eficazes das equipes de atenção primária juntamente com a vigilância epidemiológica se constituem no caminho principal não só para controlar os surtos de sarampo como também para fortalecer o alcance de coberturas vacinais elevadas e homogêneas.

Diante do risco atual de ressurgimento de novos casos e surtos, esse estudo teve como objetivo descrever os casos notificados com suspeita de sarampo no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-NET) residentes no distrito leste de vigilância em saúde de Ribeirão Preto/SP, de janeiro a dezembro de 2019, e verificar a associação da ocorrência da doença com as características individuais e a situação vacinal dos indivíduos.

Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo baseado em dados secundários, coletados junto à Divisão de Vigilância Epidemiológica do município de Ribeirão Preto/SP, a partir do SINAN-NET e das fichas de investigação epidemiológica das notificações de suspeita de sarampo.

O município de Ribeirão Preto tem uma população estimada de 711.825 habitantes, é dividido em cinco distritos sanitários (central, norte, sul, leste e oeste) que estão em consonância com os distritos de vigilância em saúde. O distrito leste tem uma população estimada de 178.122 habitantes que tem como referência sete unidades de atenção primária à saúde e uma unidade de pronto atendimento (18).

A população deste estudo foi composta por todos os casos notificados no SINAN-NET com suspeita de sarampo de 01/01/2019 a 31/12/2019, residentes no distrito leste de Ribeirão Preto/SP. Optou-se pela realização do estudo no distrito leste pelo fato de ser o distrito com maior número de notificações de casos suspeitos de sarampo e pelo fato da ficha de investigação de casos estar preenchida na sua completude para todos os casos suspeitos notificados.

As variáveis de interesse deste estudo foram: sociodemográficas idade, faixa etária, unidade de saúde de referência; e clínico-epidemiológicas data de início de sintomas, doses de vacina contra sarampo recebidas, completude do esquema vacinal, sinais e sintomas apresentados, deslocamentos realizados nos 15 dias que antecederam os sintomas, exames realizados, classificação final e critério de confirmação ou descarte.

Os dados foram armazenados em uma planilha do Microsoft Office Excel e posteriormente transportados para os programas IBM® SPSS® Statistics versão 25 e R i386 v.3.4.0 onde foram realizados os cálculos de frequência (absoluta e relativa), médias, desvio padrão (DP) e medianas, as análises estatísticas foram realizadas através de testes de associação (teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher).

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Parecer nº 4.039.948).

Resultados

Em 2019 foram inseridas no SINAN-NET pelas unidades de saúde do município de Ribeirão Preto 284 notificações de casos suspeitos de sarampo. Entre estas, 252 (88,7%) eram de indivíduos residentes no município, sendo que 86 (34,1% dos residentes em Ribeirão Preto) eram do distrito leste, os quais compuseram a amostra deste estudo.

A média de idade dos indivíduos foi 22,98 (DP +/18,7), sendo a idade mínima de 0 anos (menor de um ano) e a máxima de 73 anos. A faixa etária de maior frequência de notificação foi de 0 a 4 anos (24; 27,9%) seguida pela faixa etária de 35 a 39 anos (11; 12,8%). Em relação aos casos confirmados, a maior frequência foi na faixa etária de 0 a 4 anos (8; 27,6%) seguida pela faixa etária de 20 a 24 anos (5; 17,2%) (Tabela 1).

A maioria dos casos suspeitos residentes no distrito leste foram notificados por unidades de pronto atendimento (47; 54,7%). As unidades hospitalares (que incluem os pronto atendimentos da rede privada) foram responsáveis por 34 notificações (39,5%), unidades básicas de saúde por 4 (4,7%) e um caso (1,2%) foi notificado por um consultório médico da rede privada.

Em relação à unidade de saúde de referência do endereço de residência, a maioria das notificações de casos suspeitos foi entre os residentes da área de abrangência da UBDS (Unidade Básica e Distrital de Saúde) Castelo Branco (20; 23,3%). Não houve diferença na classificação dos casos de sarampo em relação à faixa etária do indivíduo ou à unidade de saúde de referência do endereço do mesmo (Tabela 1).

Em relação à atividade desenvolvida, a maioria dos indivíduos com suspeita de sarampo não trabalhavam (35; 40,7%) e 12 (14,0%) eram estudantes. Para 59 indivíduos (68,6%) não foi relatado deslocamento nos 15 dias que antecederam os sintomas. Não foi identificado diferença na classificação dos casos em relação à atividade desenvolvida ou aos seus deslocamentos nos quinze dias que antecederam os sintomas (Tabela 2).

Entre os sintomas relatados pelos indivíduos com suspeita de sarampo, os sintomas mais frequentes foram exantema (82; 95,3%), febre (65; 75,6%), coriza (39; 45,3%) e tosse (38; 44,2%).

Entre os casos confirmados o exantema foi relatado por 29 indivíduos (100,0%), a febre por 22 (75,9%), a tosse por 14 (48,3%) e a coriza por 12 indivíduos (41,4%). Não houve diferença na classificação dos casos em relação com os sintomas relatados (Tabela 3).

Entre os casos notificados com a suspeita da doença, 9 (10,5%) haviam recebido uma vacina com o componente sarampo até 30 dias antes do início dos sintomas, sendo que 5 deles foram confirmados. Não foi identificado diferença na classificação dos casos em relação ao fato de ter sido vacinado até 30 dias antes do início dos sintomas (Tabela 4).

Em relação à vacinação contra o sarampo, 59 indivíduos com suspeita da doença (68,6%) tinham o registro de terem recebido pelo menos uma dose de vacina. A média de doses da vacina de sarampo recebidas pelos casos suspeitos foi de 1,42 doses (DP +/1,3), com um máximo de 5 e mínimo de 0 doses. Entre os suspeitos, 15 (17,4%) haviam recebido pelo menos uma dose da vacina contra sarampo monovalente, 9 (10,5%) pelo menos uma dose da vacina dupla viral, 57 (66,3%) pelo menos uma dose da vacina tríplice viral e 3 (3,5%) pelo menos uma dose da vacina tetra viral. Entre os casos adequadamente vacinados contra o sarampo de acordo com as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para a faixa etária, 21,8% foram confirmados com a doença, enquanto 54,8% dos não adequadamente vacinados receberam a confirmação (Tabela 4).

Discussão

A população deste estudo foi composta principalmente por crianças menores de cinco anos, o que inclui a faixa etária de menores de um ano, que não possuem indicação de vacinação de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação. Os adultos jovens também apresentaram uma frequência significativa, principalmente entre os casos confirmados da doença e nenhum caso suspeito com mais de 50 anos obteve a confirmação.

Foi identificado no município investigado um aumento considerável de casos suspeitos notificados por sarampo em 2019, o mesmo que foi identificado em todo o mundo, onde se observou um aumento de 300% de casos notificados nos primeiros 3 meses do mesmo ano. O vírus que entrou no país através de turistas e imigrantes se disseminou para áreas mais populosas, principalmente no estado de São Paulo (3).

De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, o caso de sarampo é definido pelo indivíduo que apresenta febre e exantema maculopapular, acompanhados de um ou mais sintomas como tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite (1). Neste estudo, todos os indivíduos com a confirmação de sarampo apresentaram o exantema, porém, nem todos apresentaram febre, e os sintomas de tosse, coriza e conjuntivite estavam presentes em menos da metade dos casos confirmados. As manchas de Koplic, lesões de 2 a 3 mm de diâmetro de cor branca na mucosa oral, que se constituem como um sinal bastante característico da doença, foram identificadas em apenas um dos casos confirmados. Com um grande número de pessoas vacinadas, a manifestação clínica da doença não tem sido tão grave quanto no passado, porém, as quedas nas coberturas vacinais podem alterar este quadro (3).

Todos os casos deste estudo evoluíram de forma leve, sem hospitalização e óbitos. Os casos graves de sarampo estão associados à desnutrição, imunodepressão e precárias condições socioeconômicas, o que não caracteriza a população residente no distrito leste de Ribeirão Preto/SP, principalmente os casos confirmados de sarampo neste estudo.

Em um estudo realizado no município de Campinas após um surto de sarampo em 2011 com a confirmação de três casos da doença, todos os casos apresentaram exantema maculopapular acompanhado de coriza, dois casos apresentaram tosse seca e febre, um referiu mal-estar, dor de garganta e conjuntivite. Foi realizada uma busca ativa para identificar casos secundários, porém, nenhum outro caso foi identificado. Na época, a região metropolitana de Campinas registrava coberturas vacinais acima de 98%. As altas coberturas vacinais contribuíram para a não disseminação da doença entre a população, porém, as altas coberturas e a ausência da circulação do vírus selvagem podem contribuir para quadros leves e dificultar o reconhecimento rápido e diagnóstico da doença, uma vez que os quadros clínicos não são tão clássicos. A detecção tardia dos casos interfere na investigação e implementação de medidas de controle (19).

No surto ocorrido no estado do Pará em 2010, três casos foram confirmados. Os sintomas apresentados foram febre, tosse, coriza nos primeiros dias e após dois dias do início dos sintomas os casos evoluíram com exantema maculopapular cefalocaudal, todos os casos não tinham o registro de vacinação contra o sarampo. Na busca ativa de casos a partir dos casos confirmados foram identificados 53 casos suspeitos, todos descartados. O controle do surto na ocasião ocorreu em função das altas coberturas vacinais na rotina e em campanhas, porém, os autores reforçam que a presença de bolsões de indivíduos não vacinados pode sustentar a transmissão do sarampo (20).

Alguns dos casos confirmados de sarampo neste estudo haviam recebido a vacina há menos de 30 dias do início dos sintomas, este pode ser um fator de confusão, uma vez que no início do surto de sarampo de 2019 no estado de São Paulo o bloqueio de vacinação indiscriminado era indicado para todos aqueles que haviam tido contato com o caso suspeito na residência, trabalho, escola e em algumas situações de lazer. Entre os eventos adversos da vacina com o componente sarampo estão os sintomas definidores de caso, o exantema pode aparecer para cerca de 5% dos primovacinados, a febre para 5 a 15%, a conjuntivite e/ou as manifestações catarrais para 0,5 a 4% dos primovacinados (21). Além disso, os exames realizados para confirmar o caso sorologia e PCR podem apresentar um resultado positivo na presença do vírus vacinal, sendo necessário o isolamento e identificação do vírus para verificar se se trata de uma infecção por vírus selvagem ou de um quadro de evento adverso pós vacinação, porém, este isolamento não é feito na rotina.

O que se observa atualmente é uma alteração na história natural de diversas doenças infecciosas, com evolução menos grave em relação ao que foi observado no passado (3), muito provavelmente em função da maioria da população ter recebido pelo menos uma dose da vacina.

Apesar da maioria dos indivíduos notificados com a suspeita de sarampo neste estudo apresentarem o registro de terem recebido pelo menos uma dose da vacina contra a doença, a cobertura vacinal entre os indivíduos notificados estava muito aquém dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde. Manter a cobertura vacinal alta, acima de 95%, e homogênea, é a medida mais eficaz para garantir uma imunidade de rebanho, o que impede a circulação do vírus e mantém a população livre da doença (3,4,17). Os locais com maior cobertura vacinal no mundo apresentam a menor ocorrência de surtos, porém, não estão isentas do risco da doença em função do fluxo migratório a partir de localidades com baixas coberturas vacinais (22,23).
Em um trabalho desenvolvido na Califórnia onde foram avaliados casos de sarampo que ocorreram de 2000 a 2015, verificou-se que 9% dos casos confirmados haviam recebido uma dose da vacina contra o sarampo e 11% receberam duas ou mais doses da vacina. Os autores apontaram que os casos confirmados de sarampo previamente vacinados apresentaram um quadro mais leve da doença (24).

Resultado semelhante foi apresentado por outro estudo desenvolvido na Espanha que avaliou casos de sarampo em indivíduos vacinados no país de 2003 a 2014, os autores verificaram que o número de confirmação entre os suspeitos reduzia à medida que o número de doses de vacinas recebidas aumentava. Além disso, reforçam a dificuldade em realizar a suspeita de sarampo em indivíduos vacinados, uma vez que apresentam sintomas mais leves e a resposta imune à IgM pode estar ausente ou encurtada pela baixa replicação do vírus e apontam que em populações altamente vacinadas haverá cada vez mais casos de sarampo entre indivíduos vacinados. O estudo apontou que o risco de um caso suspeito ser descartado foi maior entre os vacinados do que entre os não vacinados (25).

Em outro trabalho desenvolvido na Holanda que investigou casos de sarampo entre profissionais de saúde, entre os 8 casos confirmados, 6 haviam recebido duas doses de vacina, um recebeu uma dose e um não havia recebido nenhuma dose, todos os casos vacinados com duas doses apresentaram quadros leves e não foram identificados casos secundários a partir deles, portanto, os autores reforçam a importância das duas doses de vacina para o controle da doença (26). A vacina contra o sarampo tem uma alta taxa de soropositividade, mesmo com o passar dos anos, em um estudo desenvolvido na Finlândia que acompanhou uma coorte de indivíduos vacinados com a tríplice viral, observou-se que 95% dos indivíduos vacinados ainda apresentavam soropositividade contra o sarampo após 20 anos da vacinação (27).

Apesar da boa resposta que a vacina é capaz de induzir, à medida em que a cobertura vacinal não atinge os 95%, aumenta a população suscetível à doença, assim, existe um aumento nos bolsões de suscetíveis e diminui a imunidade de rebanho (16). Um trabalho desenvolvido no Brasil em 2020 demonstrou uma tendência de redução no número de vacinados no decorrer dos anos para as vacinas BCG, contra poliomielite e tríplice viral, sendo que a tríplice viral apresentou o maior valor de redução no número de vacinados até 12 meses de idade, chegando a encolher 2,7% a cada ano (17).

O Ceará vivenciou um surto de sarampo entre os anos de 2013 e 2015, foi verificado naquela ocasião que dos 36 municípios que apresentaram casos confirmados de sarampo, 4 em 2013, 1 em 2014 e 12 em 2015 não alcançaram a meta de 95% de vacinação de rotina. Após a realização da campanha de seguimento de vacinação para o bloqueio da doença foi realizado um monitoramento rápido de cobertura vacinal, onde foram verificadas 52.216 cadernetas de vacinação das crianças na faixa etária da campanha. Verificou-se que mesmo com 99% dos municípios atingindo a meta de vacinar mais de 95% de crianças, 836 (1,6%) não estavam vacinadas contra o sarampo. De 184 municípios, 42 (23%) não alcançaram a cobertura na 1ª dose e 53 (29%) na 2ª dose. Os principais motivos relatados para a não vacinação foram a falta de tempo dos pais/responsáveis, falta de vacina nas salas de vacinas, falta de aprazamento das doses na caderneta de vacinação e dificuldades para ir até o posto de vacinação. No Ceará, mais de 90% dos casos confirmados de sarampo na faixa etária de 6 meses a menores de 29 anos não apresentaram a comprovação de vacinação, o que demonstra que a cobertura vacinal na rotina acima de 95% era apenas administrativa (9,28).

Os resultados deste estudo mostram a associação entre estar adequadamente vacinado e ter ou não o sarampo confirmado, sendo que os indivíduos adequadamente vacinados constituíram um menor número entre os casos confirmados. Além disso, entre os casos suspeitos, 31,4% não tinham registro de nenhuma dose de vacina contra o sarampo.

A cobertura vacinal é o cálculo do percentual de indivíduos imunizados de acordo com o tipo de vacina, é um dado administrativo que leva em consideração o número de doses administradas no numerador e a população a que se destina vacinar no denominador. A população é o número de crianças nascidas vivas residentes na localidade ou um número estimado a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em um estudo realizado em Campina Grande/PB foi verificado a cobertura da vacina tríplice viral, além de outras vacinas, de 2000 a 2005, os autores verificaram que a cobertura ficou acima de 100%, o que demonstra que a forma de calcular a cobertura vacinal não reflete exatamente a realidade da situação de imunização da população. Os dados de população podem estar superestimados e não refletirem a realidade local. As equipes de saúde apontaram como fatores dificultadores para atingir a cobertura vacinal a resistência dos pais em vacinarem os filhos, a falta de agentes comunitários de saúde pela baixa cobertura da estratégia de saúde da família e a falta constante de materiais, insumos e imunobiológicos nas salas de vacinas (29).

Um outro estudo que avaliou a cobertura vacinal entre beneficiários do programa Bolsa Família demonstrou que a maior proporção de vacinação adequada ocorreu entre os pertencentes ao quintil mais rico (67,9%) e entre os filhos de mães com nove anos ou mais de escolaridade (63,3%). O estudo identificou baixo percentual de crianças com vacinação adequada tanto para o primeiro quanto para o segundo ano de vida. Os autores apontam que inquéritos populacionais tendem a mostrar uma cobertura vacinal inferior às obtidas pelos sistemas de informação, justamente pelo fato desta última utilizar estimativas populacionais como denominadores. Apesar disso, os diferentes métodos utilizados demonstram queda nas coberturas vacinais em nível nacional na última década (30).

O surto de sarampo ocorrido em 2019 no Brasil demonstrou as consequências da diminuição no número de vacinados, a cobertura da vacina tríplice viral no país que até 2015 esteve acima dos 95% baixou em 2017 para 84%, o que possibilitou que a doença retornasse ao país (17,30). Em Ribeirão Preto a cobertura vacinal para a tríplice viral em crianças foi de 92,10% para a D1 e 71,19% para a D2 em 2021 (http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/dhdat.exe?bd_pni/cpnibr.def), bem abaixo do mínimo recomendado pelo Ministério da Saúde (95%), o que deixa o município suscetível a novos surtos.

O fato de indivíduos vacinados com duas doses na infância desenvolverem a doença, pode estar associado a uma redução no nível de anticorpos circulantes com o tempo, com a resposta imunológica ao genótipo viral circulante ou com fatores genéticos, porém, estas são apenas hipóteses que precisam ser melhor investigadas (3). Outros fatores que podem interferir no processo de imunização do indivíduo e gerar falhas vacinais são os fatores relacionados à própria vacina e a sua capacidade de desenvolver memória celular para proteção à longo prazo, e ao fato de que a vacina para manter a sua capacidade imunogênica precisa de uma rede de frio de qualidade, com o transporte e armazenamento adequados. A própria cobertura vacinal abaixo dos níveis protetores é um fator relacionado à falha vacinal (16).

Os grupos antivacinas já existiam no Brasil, porém, sem muita força e com pouco impacto nas coberturas vacinais, ganharam força na Europa e EUA a partir de 2019 e foram um dos principais responsáveis pelo ressurgimento do sarampo. Após a pandemia de COVID-19 e a disseminação de falsas notícias sobre as vacinas, a onda antivacinista vem crescendo no Brasil.

Além de grupos antivacinas por questões filosóficas ou religiosas que preferem que as crianças adquiram imunidade de forma natural, a disseminação de informações equivocadas principalmente em redes sociais aumenta o número de suscetíveis no país, o que se torna um risco para toda a população com a persistência da doença na localidade (3,4,7,8,10).

O PNI do Brasil é vítima de seu próprio sucesso, uma vez que o controle das doenças através das altas coberturas vacinais durante vários anos proporcionou uma sensação de segurança na população, que desenvolveu uma baixa percepção de risco em relação às doenças imunopreveníveis e com isso uma baixa percepção dos benefícios da vacinação (10,22). O grande desafio do PNI é voltar a atingir e manter as altas e homogêneas coberturas vacinais na população diante da complexidade do calendário de vacinação atual com a constante introdução de novas vacinas (30). Este fato contribuiu para a diminuição da cobertura vacinal no país nos últimos anos, o que inclui a vacina tríplice viral, fato que tem gerado preocupação diante da confirmação de novos casos (17).

Além da desinformação, outros fatores contribuem para a não vacinação, entre eles estão a sobrecarga de trabalho das equipes, a falta de insumos (entre eles imunobiológicos), horários de funcionamento das salas de vacinas que não atendem as necessidades da população, aspectos técnicos associados com a implantação do sistema de informação de doses aplicadas (SIPNI), além do enfraquecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) (2,7,10).

As equipes de saúde têm um papel essencial na busca ativa de não vacinados e na educação da população para que compreendam a importância da vacinação enquanto medida de saúde pública para o controle de doenças. O controle e a erradicação do sarampo exigem o compromisso de diversos atores, seja no campo político ou de gestão, com a manutenção e fortalecimento de programas de imunização, seja “in loco” com ações das equipes de saúde que facilitem o acesso levando em consideração as características de cada local, realizem a busca ativa de não vacinados e não percam oportunidades de vacinação. É necessário também que os profissionais de saúde estejam capacitados para combater a onda de falsas notícias disseminadas diariamente em relação às vacinas (2,4,8,10,17,23,30). Reforça-se, na equipe de saúde, a importância do profissional de enfermagem, principal ator nas ações de imunização das unidades de atenção primária à saúde. Faz-se necessário maiores investimentos nas condições de trabalho destes profissionais, com readequação das equipes, fornecimento de equipamentos e insumos necessários para o desenvolvimento do trabalho além de capacitação contínua (7).

O controle do sarampo depende diretamente da manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais em todo o mundo, a vacina disponível para o controle da doença é eficaz e segura, com baixos riscos de eventos adversos. Além disso, é necessário vigilância epidemiológica ativa e constante, que investigue oportunamente os casos e institua as medidas de controle prontamente (5,16,19,22).

Este estudo teve como limitações o fato de trabalhar com uma parcela da população do município, apenas de um distrito de vigilância em saúde, visto ser este o distrito com o maior número de notificações e no qual todos os casos suspeitos também apresentavam o formulário utilizado para o levantamento dos dados preenchidos em sua completude. Porém, trata-se de um aspecto que pode indicar fragilidades na organização das equipes de vigilância e que mereça mais estudos para aprofundamento dos dados.

É preciso considerar também que a falta de informação de dose de vacina recebida pode estar relacionada à forma de comprovar em campanhas, onde o registro não é realizado de forma nominal nos sistemas. Muitas atividades de vacinação contra o sarampo ocorreram através de campanhas de vacinação, e nestas ações são fornecidos comprovantes ou colado um selo com informação da vacina na caderneta. O comprovante pode ser perdido e o selo perde a capacidade de fixação com o tempo, portanto, algumas vacinas recebidas pelos indivíduos em ações de campanha podem não ser confirmadas por falta de registro. O próprio registro de vacinas de rotina administradas nas salas de vacinas públicas ou privadas em algumas localidades é realizado de forma manual ou em sistemas locais, o que implica na dificuldade de resgatar doses recebidas quando o indivíduo perde a sua caderneta de vacinação. Outra limitação foi a falta de estudos brasileiros que avaliem a cobertura vacinal em indivíduos adultos, o que dificultou a discussão dos dados, uma vez que 31,0% dos casos confirmados de sarampo deste estudo ocorreu na faixa etária de 20 a 29 anos.

Entre as variáveis avaliadas neste estudo, a única com relação à ocorrência de sarampo foi a situação vacinal adequada, o que reforça a importância da manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais reais no controle da doença com vistas à erradicação.

Agradecimento

À Daniel Cardoso de Almeida e Araújo, Daniela Borges Bittar, Mayra Martho Moura Oliveira pelo auxílio na concepção do trabalho e aprovação da versão final.

À Miyeko Hayashida pelo auxílio no transporte dos dados aos programas estatísticos e realização das análises estatísticas.

Financiamento

Nenhum.

Conflito de interesse

Nenhum.

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