AVALIAÇÃO FORMATIVA DE MÚLTIPLAS COMPETÊNCIAS ASSISTENCIAIS DO ENFERMEIRO: VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO

Sección: Originales

Cómo citar este artículo

Da Luz SF, Ide CA, Kowalski I. Avaliação formativa de múltiplas competências assistenciais do enfermeiro: validação de instrumento. Rev. iberoam. educ. investi. Enferm. 2016; 6(1):9-23.

Autores

1 Sueli de Fátima da Luz, 2 Cilene Aparecida Costardi Ide, 3 Ivonete Sanches Giacometti Kowalski

1 Enfermera. Doctoranda Programa de Doctorado de la Facultad de Enfermería de la Universidad Andrés Bello. Profesora de la Facultad de Enfermería de la Pontificia Universidad Católica del Ecuador.  
2 Enfermera. Doctora en Enfermería. Profesora de la Facultad de Enfermería de la Universidad Andrés Bello. Santiago de Chile (Chile).

Contacto:

Email: sfl.almada@gmail.com

Titulo:

AVALIAÇÃO FORMATIVA DE MÚLTIPLAS COMPETÊNCIAS ASSISTENCIAIS DO ENFERMEIRO: VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO

Resumen

Objetivo: el objetivo fue validar el contenido de un instrumento de evaluación formativa para las habilidades de cuidado enfermero.
Método: estudio de desarrollo metodológico con enfoque cuantitativo que tuvo lugar en 2015. Utilizando la técnica Delphi se desarrolló en dos fases de los cuales asistieron 16 enfermeras especialistas del área de atención y gestión. Se consideró el acuerdo del 80% entre los investigadores para la propuesta de la validación, señalando la pertinencia y claridad de de las declaraciones.
Resultados: las validaciones tienen la siguiente configuración: 18 temas (62% del total) han sido aprobados en su forma original; ocho (27,6%) tenían un consenso parcial; tres temas (10,4%) no alcanzaron un consenso en el original. Todos fueron aprobados en la segunda ronda de la conferencia.
Conclusión: el instrumento fue validado como una estrategia capaz de contribuir al desarrollo de equipos de alto rendimiento, teniendo en cuenta las razones y la humanización de la atención.
Palabras clave: estudios de validación; enfermería; competencia clínica; gestión de recursos humanos; práctica profesional.

Palabras clave:

estudios de validación ; enfermería ; competencia clínica ; gestión de recursos humanos ; práctica profesional

Title:

Educational assessment of multiple nursing care skills: validation of a tool

Abstract:

Introduction/purpose: we aimed at validating the contents of an educational assessment tool for nursing care skills.
Methods: a methodological development study with a quantitative approach was used. A Delphi technique was developed in two phases in 2015, with 16 specialist nurses in care and management area. A 80% agreement threshold was used for proposal validation; relevance and clarity of statements were stressed.
Results: the following validations were achieved: 18 proposals (62% of the whole number) have been approved in their original form; 8 (27.6%) achieved a partial consensus; 3 proposals (10.4%) did not achieve a consensus on the original statement. All statements were approved in the second round in the Conference.
Conclusion: the tool was validated as a strategy allowing the development of high-performance teams to be improved, taking into account the reasons and a humane care.

Keywords:

validation studies; nursing; clinical competence; human resources management; professional practice

Portugues

Título:

Evaluación formativa de múltiples habilidades de atención enfermera: validación de un instrumento

Resumo:

Introdução/Objetivo: teve por objetivo validar o conteúdo de um instrumento de avaliação formativa de competências assistenciais de enfermeiros.
Método: estudo de desenvolvimento metodológico, de abordagem quantitativa, com utilização da técnica Delphi desenvolvida em duas etapas das quais participaram 16 enfermeiros especialistas da área assistencial e de gestão, realizado em 2015. Considerou-se a concordância de 80% entre os pesquisadores para a validação da proposta, observando a pertinência e a clareza dos enunciados.
Resultados: a trajetória evolutiva das validações teve a seguinte configuração: 18 tópicos (62% do total) foram aprovados na sua versão original; 8 (27,6%) obtiveram consensos parciais; 3 tópicos (10,4%) não obtiveram consenso na versão original, considerando a pertinência e a clareza das proposições. Todos foram aprovados na segunda rodada da Conferência, obtendo consensos superiores aos 80% preconizados.
Discussão/Conclusão: o instrumento foi validado enquanto estratégia capaz de contribuir para o desenvolvimento de equipes de alta performance, considerando a fundamentação e humanização da assistência.

Palavras-chave:

estudos de validação; enfermagem; competência clínica; administração de recursos humanos; prática profissional

Introdução

A ideia de avaliação mobiliza debates intensos em diferentes áreas do conhecimento, gerando novos conceitos e práticas que buscam acessar e mensurar as múltiplas expressões de competências requeridas por uma prática assistencial em contínua mobilização.
Nesse sentido, ela se insere no âmago da dinâmica assistencial, articulando-se às etapas da seleção e inserção profissional, no reconhecimento e desenvolvimento de talentos, na superação de desigualdades teórico-operacionais, enfim na construção, valoração e manutenção de equipes de alta performance, enquanto “[...] equipes que demonstram elevada competência e destacado grau de comprometimento. São profissionais realmente alinhados, que têm em comum valores, visão, objetivos e engajamento. E ao mesmo tempo têm riqueza, diversidade e multiplicidade de conhecimentos, bagagens, opiniões e ideias” (1).
Nessa perspectiva é possível considerar a atualidade e relevância da abordagem por competências na constituição de equipes de alta performance e a necessidade de ampliar esquemas avaliativos no sentido de torná-los aptos à apreensão e mobilização dessas competências, sinalizando aos profissionais, tanto seus recursos diferenciais quanto os vazios a serem superados para aperfeiçoar seu talento e produtividade.
É possível considerar, portanto, que a formação e o desenvolvimento de equipes no sentido da excelência pressupõem assumir e viabilizar decisões administrativas que envolvam o aprimoramento profissional, recompondo um espaço importante para a construção de programações educativas que incorporem procedimentos metodológicos aptos a priorizar, tanto a qualificação requerida como também o desenvolvimento de estratégias e ferramentas avaliativas capazes de singularizar a identificação de demandas e o projeto regulador mutuamente adequados.
Portanto, uma das possibilidades do êxito na conformação de equipes de alta performance assistencial passa pela construção de uma estratégia avaliativa, tendo como base um dispositivo apto a promover balanços de competências, direcionando desempenhos, propondo estratégias reguladoras sintonizadas às demandas, motivações e condições pessoais e institucionais.
Frente aos conteúdos expostos evidencia-se a necessidade de buscar um sistema de avaliação compatível com a amplitude e complexidade conceitual referida e que ao mesmo tempo seja realmente praticável, tendo por base um instrumento construído em sintonia com os referenciais do estudo.
Neste estudo foi utilizado um instrumento proposto por Ide (2) denominado Avaliação Formativa de Competências Assistenciais. Nessa construção a autora selecionou e desenvolveu dez conjuntos de enunciados formados por conceitos e respectivas habilidades das competências constitutivas do instrumento, privilegiando tanto competências já convencionadas pela prática e respaldadas pela literatura, como também as emergentes, porém já requeridas como necessárias ao desempenho inovador, apto a promover a excelência almejada. (Ver Apêndice A en artigo pdf).
Sua escolha teve por base inclusive a compatibilidade entre a construção desenvolvida pela autora e referenciais teóricos atualizados, incluindo os seguintes critérios (3):

  • Uma escolha temática relevante com potencial de melhoria para a prática e com controle profissional sobre essa ação. Tais aspectos são condizentes com a necessidade de propostas de aprimoramento da prática avaliativa, atribuição específica de enfermeiros;
  • Seleção de indicadores fundamentados e capazes de descrever a atividade ou evento a ser avaliado. A proposta atende esse requisito, acrescentando, ainda, conceitos e componentes constitutivos.
  • Construção de medidas confiáveis, incluindo o seu scoring. A proposta também atende ao requisito, acrescentando um gradiente multidimensional de desempenho.

Nessa perspectiva, propor uma matriz de competências de enfermeiros assistenciais requereria a aceitação de interfaces, evitando equívocos de abordagens que tendam para componentes isolados, desconsiderando a multidimensionalidade e integralidade do ato de cuidar, tendo por base conhecimentos, habilidades e atitudes capazes de atuar, reconhecendo expressões orgânicas e psicossociais de um paciente que traz consigo seu modo próprio de viver e atribuir sentidos e expressar demandas para as questões de saúde-doença (2).
É possível considerar, portanto, que os dados referidos justificam o desenvolvimento desta pesquisa que tem por objetivo validar o conteúdo de um instrumento proposto por Ide (2) de avaliação formativa de competências assistenciais de enfermeiros.

Método

Trata-se de um estudo de desenvolvimento metodológico, voltado à validação de instrumento específico, ou seja, a avaliação formativa de competências assistenciais por meio da técnica Delphi.
 O investimento na validação do instrumento proposto induziu a opção pela pesquisa metodológica, voltada à inquirição de métodos, intervenções, procedimentos ou técnicas adotadas ou propostas como científicas (4).
A versão original do instrumento em validação foi composta por seis tópicos, conforme descrito abaixo:

  • Identificação sócio demográfica, formação e tempo de atuação na instituição.
  • Investimentos no autodesenvolvimento: conteúdo direcionado ao levantamento de hábitos de leitura, participação em atividades associativas, participação em grupos de estudos e pesquisa, assim como outros investimentos realizados pelo profissional.
  • Representações do perfil de competências assistenciais: conteúdos interpretativos em relação à autodescrição do perfil de competências assistenciais consideradas performáticas pelo profissional.
  • Componentes da avaliação formativa: relativos a conceitos e habilidades inerentes às dez competências consideradas–domínio técnico, capacidade de reflexão, desenvolvimento humano, envolvimento crítico, competência relacional, autointeresse, planejamento e organização, liderança, criatividade e responsabilidade social. Cada uma dessas competências inclui cinco habilidades a serem avaliadas pela indicação de uma nota pelo avaliador na escala tipo Likert que poderá oscilar de 1 (Pior resposta possível) a 5 (Melhor resposta possível).
  • Síntese da pontuação: espaço para o registro dos subtotais parciais, cuja soma viabilizará a obtenção da nota final. Essa somatória oscilará de 50 a 250 pontos. O pior resultado possível (50 pontos) resulta da obtenção da pontuação mínima (1) em todos os 50 componentes avaliados. No contraponto, a pontuação máxima (5) em todos os 50 componentes resultará em 250 pontos, valor equivalente à melhor performance assistencial possível.
  • Gradiente de desempenho: expressão diagnóstica das condições atuais de desempenho assistencial do profissional. Os cinco níveis propostos têm por base intervalos equivalentes, permitindo um gradiente de desempenho com possibilidades crescentes de atuação, desde aquela avaliada como ainda incompetente, naquele momento e circunstâncias, até a plenamente competente.
  • Investimento de regulação do desempenho: significa a mobilização de estratégias reguladoras que objetivam o aprimoramento de competências e a superação de limites identificados. Essa proposta proporciona o planejamento conjunto (avaliador–avaliado) das necessidades de aprimoramento/capacitação profissional, considerando condições institucionais e pessoais.
  • A validação pretendida teve como estratégia de viabilização a técnica Delphi, uma ferramenta de pesquisa voltada à obtenção de consenso de opiniões de um grupo de especialistas a respeito de questões específicas, sendo sua utilização indicada para suprir lacunas de conhecimento relativas ao tema pesquisado (5).
    Quanto à definição do nível de consenso, diferentes autores consideram ser esta uma tarefa do pesquisador, a ser decidida antes da análise dos dados coletados. Sugerem variações entre 50 e 80%, sendo o último valor o nível de concordância assumido neste estudo (6).
    Não há um número pré-delimitado de juízes indicados para realizar a validação (7). O tamanho do grupo dependerá do fenômeno em análise e dos critérios estabelecidos para a inclusão dos participantes, tendo sido esta delimitação fixada em 16 participantes neste estudo.
    As respostas dos juízes obtidas nas duas etapas da aplicação da técnica Delphi foram coletadas e armazenadas por meio do sistema Google Drive. Vale esclarecer que a utilização de um sistema eletrônico tem ampla utilização entre pesquisadores, inclusive por respeitar as etapas e os preceitos éticos inerentes à coleta de dados.
    O período de desenvolvimento das duas rodadas ocorreu entre setembro de 2014 a janeiro de 2015, caracterizando uma duração prolongada, com significativa demora em obter o retorno dos instrumentos, incluindo o intervalo entre a primeira e a segunda rodadas.
    Confirmada a aceitação em resposta à mensagem foi encaminhado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para análise e pronunciamento quanto à decisão assumida, corroborando ou não a participação.
    A coleta de dados relativa à primeira rodada Delphi foi realizada mediante envio aos especialistas dos seguintes documentos: carta convite; termo de consentimento livre e esclarecido, cuja concordância em participar assinalada ao final do texto direcionou o especialista para as etapas posteriores do estudo; ficha de identificação do juiz, com dados de caracterização do Especialista; Instrumento de avaliação formativa de competências assistenciais, a ser validado.
    Essa etapa deu inicio à obtenção de consenso sobre o conteúdo do instrumento. Coube a cada juiz registrar sua avaliação quanto à clareza (condição de entendimento) e à pertinência (adequação conceitual) dos itens em avaliação, tendo por base uma escala Likert que atribui um escore numérico com cinco graus de concordância em relação ao atributo em análise, incluindo as seguintes possibilidades de julgamento: 1 discordo totalmente; 2 discordo; 3 nem concordo e nem discordo; 4 concordo; 5 concordo totalmente.
    A versão original do instrumento, apresentada aos juízes na primeira rodada da Conferência, sofreu várias e relevantes modificações decorrentes da inclusão dos comentários e sugestões encaminhadas, compondo a trajetória expressa a seguir (Figura 1).

    O Projeto de Pesquisa deste estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário São Camilo (CUSC), obtendo parecer favorável à sua realização: Parecer consubstanciado n° 3086631450000.0062, 01 de setembro de 2014.

    Resultados

    A concepção e administração das mobilizações realizadas nos diferentes componentes do instrumento em validação configurou uma complexa transição na forma e no conteúdo dos enunciados, envolvendo decisões sequenciais da primeira para a segunda rodadas. A síntese das mobilizações constitutivas da segunda versão encontra-se apresentada a seguir (Tabela 1).

    Esse balanço de avaliações complementado por sugestões reguladoras foram, na sua maioria, incorporadas ao texto original, viabilizando mudanças estruturais na formatação do instrumento e na formulação de enunciados, compondo o seguinte conjunto de alterações: inclusão de uma sigla na identificação do instrumento; nova formatação e numeração dos tópicos; modificações nos dados de identificação pessoal, de formação acadêmica, caracterização do trabalho atual e pregresso, além de outras atividades desenvolvidas; inclusão de parágrafos explicativos antecedendo tópicos específicos; exclusão de tópicos; reformulações conceituais; recomposição de expressões, encurtando sentenças, incluindo e simplificando novas redações; substituição de termos no sentido de facilitar a compreensão ou ajustar sua utilização.
    Essas reformulações foram sendo processualmente realizadas no decorrer das duas rodadas Delphi, cujas validações caracterizaram a seguinte evolução: 18 tópicos (62%) validados na sua versão original; 8 tópicos (27,6%) tiveram consensos parciais, com rejeições assim distribuídas: conceitos não consensuados na sua versão original quanto à pertinência dos enunciados: domínio técnico e autointeresse; habilidades não consensuadas na versão original quanto à pertinência dos enunciados: domínio técnico, capacidade de reflexão, desenvolvimento humano, competência relacional e responsabilidade social.
    Todos os componentes do instrumento foram validados na segunda rodada da Conferência Delphi, incluindo a clareza e a pertinência de seus enunciados que obtiveram, na sua maioria, níveis de consenso superiores aos 80% preconizados no estudo.

    Discussão

    Desenvolver um estudo, tendo como estratégia metodológica a utilização da técnica Delphi para a validação pretendida do instrumento em foco constituiu-se como um empreendimento árduo, complexo, mobilizador de diferentes capacidades necessárias à sua efetivação.
    O desenvolvimento deste estudo partiu de diferentes referenciais e campos de atuação, mesclando contribuições próprias da clínica, da gestão e da investigação no âmbito comunicacional e educacional para promover intensas e relevantes reformulações, ao final das quais o instrumento foi validado.
    Inegavelmente, a qualidade do conjunto de especialistas, demonstrada pelos comentários e sugestões fundamentadas, pertinentes e efetivamente promotoras do aprimoramento necessário à validação, foi um elemento positivo dessa abordagem.
    Percorrendo o elenco das competências, identificamos expressões de desempenho de alta performance reconhecidas como necessárias para a inserção diferenciada no conjunto profissional, considerando a equipe intra e interprofissional.
    Evidencia-se, portanto, a necessidade e a possibilidade efetiva de agregar, compor equipes sintonizadas para fazer o desempenho profissional evoluir no sentido da excelência necessária à melhor prática possível, considerando diferentes contextos de prática.
    A existência de instrumento composto por uma matriz de competências assistenciais que inclui, tanto capacidades já consolidadas quanto práticas inovadoras no âmbito do cuidado, além de propor gradientes evolutivos de avaliação de desempenho complementados pela proposição de dispositivos de regulação do desenvolvimento profissional, visando, tanto a superação de limites, como também o desenvolvimento de talentos, representaria um referencial fundamentado, orientado para o aprimoramento necessário à composição de equipes de alta performance.
    Por outro lado, seria um recurso profissional eficiente no sentido de orientar a reflexão, reconhecer limites, evocar recursos mobilizadores de aprimoramento, possibilitando ao enfermeiro avaliado a responsabilidade e o direito de assumir seu projeto de autodesenvolvimento, quando necessário.
    É possível também identificar possibilidades de expansão de perspectivas para um desempenho assistencial performático. Segundo Ayres (8)
    Há uma série de novas propostas em curso no campo da saúde, algumas apenas na forma de discursos, outras já se estendendo como práticas mais consolidadas. Os programas de Saúde da Família dão nova base para articulações intersetoriais e promovem a entrada de novos cenários, sujeitos e linguagens na cena da assistência.
    A sensibilidade para os aspectos sócioculturais do processo saúde-doença ganha novo ímpeto com a promoção da saúde. Quadros como o da vulnerabilidade resgatam aspectos contextuais e institucionais como esfera de diagnóstico e intervenção em saúde. A vigilância em saúde incorpora novos objetos e tecnologias. Todas essas mudanças constituem novas interfaces com enormes potenciais para a reconstrução das práticas em saúde.
    Para alcançar essa abrangência, torna-se necessário que a racionalidade orientadora se expanda, incluindo as políticas institucionais que possam promover investimentos de capacitação capazes de propor intervenções que enriqueçam o conjunto, agregando políticas, estruturas, processos, dinâmicas e estratégias de atuação no sentido de equipes de alta performance.

    Conclusão

    O Instrumento para Avaliação Formativa de Múltiplas Competências de Enfermeiros Assistenciais (AFMC–EA) foi validado enquanto recurso a ser utilizado no desenvolvimento de programas de capacitação respaldados pelas estratégias de balanço de competências e de regulação propostas.
    Cabe salientar que, ao final, a Conferência Delphi foi efetiva quanto à dinâmica e aos resultados obtidos, culminando na validação de um instrumento evolutivamente mais fundamentado e coerente estando apto, portanto, a contribuir paraa formação de equipes de alta performance na esfera assistencial enquanto requisito para uma prática fundamentada , humanizada, apta a enfrentar os deveres e dilemas éticos da profissão.
    Assim, é possível considerar que o conjunto de competências proposto e validado ajuda a fundamentar e estabilizar uma perspectiva objetiva de desempenho, servindo, inclusive, para firmar responsabilidades e âmbitos de atuação específicos e privativos do enfermeiro, considerando as equipes intra e interprofissionais.

    Bibliografía

    1. Betti S. O empreendedor deve focar na formação de equipes que prestam atenção à sua própria forma de operar. 2013. [citado 10 dic 2015]. Disponível em: http://www.endeavor.org.br/artigos/gente-gestao/produtividade/equipes-de-alta-performance-como-chegar-la
    2. Ide, CAC. Performance: atingindo o desempenho desejado. In: fórum paulista rh em enfermagem, 2010 2., 29-30 nov. São Paulo. Anais. São Paulo: COFEN; 2011.
    3. Mc Glynn EA, Asch SM. Developing a clinical performance measure. AM J Prev Med  1998; 14(3):14-21.
    4. Polit DF, Beck CT. Fundamento de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências para a prática da enfermagem. Porto Alegre: Artmed; 2011.
    5. Wright JTC, Giovinazzo RA. Delphi: uma ferramenta de apoio ao planejamento prospective. Caderno de Pesquisa em Administração, São Paulo 2000; 1(2):54-65.
    6. Willians PL, Webb C. The Delphi technique: a methodological discussion. J Adv Nurs 1994; 19:180-6.
    7. Castro AV, Rezende MA técnica Delphi e seu uso na pesquisa de enfermagem: revisão bibliográfica. REME Rev Min Enferm, Belo Horizonte 2009; 13(3):429-34.
    8. Ayres José Ricardo de Carvalho Mesquita. Cuidado e reconstrução das práticas de Saúde. Interface (Botucatu) [Internet]. 2004 Feb [citado 2 dic 2015]; 8(14):73-92. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832004000100005&lng=en